terça-feira, 5 de junho de 2012

"Geração Adiada"

A reportagem de ontem da TVI, chamada "Geração Adiada", marcou-me e fez-me chorar no final. Aquilo que vi foi um retrato de mim, uma recém licenciada que faz parte da geração mais qualificada de sempre. O que vi foi jovens que, tal como eu, não conseguem arranjar emprego ou, então, o que conseguem é precário. Jovens cujos sonhos estão em "pause" como uma das entrevistadas disse. Jovens que não podem arrendar uma casa, constituir família ou ter um futuro, porque o nosso país não deixa. Jovens que partem para Macau "à aventura" e que parece que só querem fugir para o mais longe possível daqui. Eu identifiquei-me com eles, revi-me neles. Também eu podia ser uma das entrevistadas.
Uma das partes que mais revolta me deu foi quando o jornalista perguntou ao secretário de estado da juventude "o que é que Portugal tem para oferecer?" e ele respondeu "esperança". Achei este senhor um triste, porque não percebe minimamente o que se passa no país, não sabe o que os jovens estão a passar e, de certeza, não deve fazer ideia do que é querer trabalhar e ninguém lhe dar uma oportunidade.
Resta-nos continuar a lutar e não desistir nunca. Porque somos jovens e temos sonhos e somos demasiado novos para deixar de sonhar.

2 comentários:

  1. É realmente terrível aquilo pelo que os jovens do nosso país estão a passar. Acho que se gerou um conjunto de expressões-anestesia no discurso dos media recentemente e "jovens desempregados" é uma delas. Coisas que nós ouvimos e sabemos que são más, mas não compreendemos MESMO a dimensão da coisa. Que são pessoas. Vidas. Sentimentos reais. Na TV parece tudo tão distante... e esse senhor, que tinha a obrigação de não se deixar anestesiar, contribuiu com o seu comentário para o entorpecimento do público. Esperança? Era um caldo bem aviado naquela nuca, podia ser que acordasse.

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  2. Gostava deter visto a reportagem mas, infelizmente, não pude. Quanto a mim, que ainda não cheguei ao mercado de trabalho, posso dizer que este assunto não me toca directamente. Mas é triste, muito triste, ver que há muita gente que não consegue um emprego, nem na sua área nem numa parecida. Que mandam currículos para todo o lado e nada, ninguém lhes abre uma porta. E depois ainda pedem pessoas com experiência! Mas onde é que se vai buscar a experiência? Este país vai mal, cada vez mais me convenço que à chegada do fim do curso tenho mas é que fazer as malas e procurar a minha vida profissional noutro lado qualquer... Desejo-lhe boa sorte com esta luta! Felicidades!

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